Postagens

Mostrando postagens de 2018

Morte

M ísero e frágil é O meu ser inquieto. R io riso insensato, T orno oclusa a dor da E fêmera existência.

Ode ao Desalento

Se os corpos correm vazios para o solo, A força irrefutável da gravidade ignóbil Há de drenar a vida insossa das almas, Desamparadas inconsoláveis almas, dizia. Tais palavras o inundavam com a certeza De que os corvos viriam buscá-las na manhã. Palavras escuras como a noite mais longa Que em breve findaria fria e repentina. Cúmplice lua, baça observava sem piedade O choro do perdido afogado em atrocidades. Amargurado, desamparado, petrificado, Só, indeciso, abriria as asas sob o céu e voaria. E, enfim, a vida se esvairia, sucumbiria, Repugnante. A morte a saudaria. Condolências aos vivos, Flores aos mortos! ❧ Este poema foi selecionado juntamente com outros 200 para fazer parte da coletânea Poetize 2019. Confira a lista de classificados no endereço eletrônico abaixo: http://www.premiopoetize.com.br/index.htm Também disponível na Antologia na Amazon: Ascendente: Antologia da Semana da Visibilidade Ace 

Vestígios de Mim

Alerta | Gatilho Emocional                É entardecer, o céu tem uma cor peculiar. Exibe um vermelho quase rubro, todo o ambiente é colorido pela luz. O terraço cinza de concreto sério e severo parece estar coberto de sangue. Eu observo com a imobilidade perturbadora de uma estátua. Poderia ser facilmente confundido com um objeto decorativo estranhamente melancólico. O sol vagarosamente desaparece no horizonte sem uma nuvem sequer. Observo o sol, despedindo-me. O vento aqui em cima é forte, um descuido derrubaria qualquer um deste terraço. Inspiro o ar gelado para dentro nos meus pulmões. O barulho dos carros penetra meus ouvidos como um ruído cortante, apesar de distante, tornando minha decisão mais próxima e real. Cada passo em direção à beira é um passo mais distante de tudo aquilo que construí ao longo da vida. Minha respiração fica cada vez mais pesada, coração palpita no peito e a adrenalina corre nas veias. Um misto de medo e certe...

Liz

❧              - Você não pode se isolar para sempre, Liz.              - Eu não me isolo. Só me sinto confortável sozinha.              - Você não sai de casa, não fala com pessoas... eu te conheço, afinal, sou sua irmã.              - Prefiro os livros, nada além disso.              - Bobagem! Você tem medo de se apegar e acabar sozinha.              - Não! - afirmou ao levantar, caminhou do sofá até a cozinha a fim de evitar a irmã.              - Não me deixe aqui falando com as paredes! - seguiu-a. Liz parou por uns instantes apoiada na bancada de costas para a irmã. Respirou fundo, virou:              - E se eu estiver com medo? Faz alguma diferença?             ...